Sonhos Delirantes
Arte de Rosana Schmitt
Vem, amor, é madrugada!...
Enluarada e cintilante,
Juntos rumo aos sonhos,
Mais do que excitantes,
Temos os sonhos delirantes,
Sonhos para sonhar de madrugada,
E com os olhos abertos e despertos...
E com os olhos abertos e despertos...
Cá estou perfumada,
É noite de Lua cheia
E de cama vazia - vadia.
Estou à espera dos teus
Paparicos - prodígios...
Para te revirar em versos,
E fazer poesia de nos
lançar um sobre o outro
- e depois de tudo -
De nos estirar, e ainda
[não satisfeitos] acharemos
Muitíssimo pouco...
Sabe, amor, estamos nessa
Loucura que um fareja
O cheiro do outro...
Somos gente,
E também poema,
Almas renascidas,
Virtudes reencontradas,
Bocas pelo santo nardo - ungidas.
Temos no amor a nossa ermida
[inviolável],
Que só por nós pode ser
Adentrada - e sem aviso,
Eu escrevo, e você sempre
Para que no futuro me leia,
E saiba que sou escritora
De versos sem nenhum
[juízo].
E dessas letras lançadas por ti,
Voltadas todas para mim,
Nascem esses versículos,
Profanos - doidivanos.
Completamente enlouquecidos,
Repletamente delirantes,
São os nossos sonhos,
Embevecidos,
Flamejantes,
Fascinados por nos verem
Perdendo o sono,
E amanhecidos.
E amanhecidos.
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