Morena





Na dança das horas 
confirma-se:
O calendário mostrou 
a sua força.
A paixão findou com o tempo,
O destino varreu-me 
com o vento.
O teu telefonema vale este poema,
Para dizer que nunca tive vocação
De "Carolina na janela" que por noites,
E, que por causa da tua indiferença:
Aguardei, aguardei com paciência
O baile da rosa e do beija-flor,
Eu vestida de fino perfume,
Poderia ter florescido o amor.

Eu fui reduzida ao teu caleidoscópio
Repleto de egoísmo, e talvez até de cinismo
Com a minha boa fé de moça você brincou.

Doravante, mais amadurecida
Não me farei de convencida,
Por causa da tua aproximação,
Destarte o que fazes 
da tua cor
De cravo e canela - morena,
Que vale muito mais 
de um poema,
Não vai virar mais
 a minha cabeça,
E  nunca mais há de me fazer cair em tentação!

Eu sou dona do meu 
próprio destino,
Você não é mais um menino,
Não darei-te o meu tempo
e o meu ouvido.

Porque eu encontrarei 
o Astro Rei
Que me trate com fino gaúdio,
Porque eu encontrarei 
o poeta
Que talvez não me escreva,
Mas que me invada 
com poesia.
Trazendo afeto e novo sentido a minha vida,
Coroando a minha madrugada de estrelas,
E vestindo-me de mil 
cometas e rendas
Com o fino afeto que as conchas são carregadas
Pelo mar do oceano de amar;
Entenda, quem não me fez feliz na juventude
Jamais me fará feliz 
na maturidade.







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