Palaciano
Eu te secreto em mim,
- desinibida
Do céu furto estrelas,
- incorreta -
Em ti encontro o oceano,
- sem regras -
Entre o mar e as areias,
- permeio
Porque sou a concha,
- beijo de louça,
Poema das nereidas,
Tu me acetina e me rega
Do teu desejo eu me ufano.
Eu te desejo em mim,
- faminta
Do pomar da tua boca,
- sedenta -
Dos teus lábios privados,
- serena
Porque és a melhor parte,
- cheio de arte
Escrito eterno,
Tu me rendes intimista
Do meu desejo, por pornografia.
Eu entrego à mão a palmatória,
- submissa
O pulso devoto à algema,
- vadia
O corpo dou à sublime tortura,
- bem vagabunda -
Porque és inteiro e profano,
- feiticeiro
Para requebrar-me em ais de loucura
E explodir em fino êxtase palaciano.
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