Volúpia
Arte de Rosana Schmitt
Para brindar a calidez da tua pele,
Eu hei de escrever além do céu
Com as gotas que caem de ti,
Eu hei de beber o saboroso mel.
Para sorver os seus suaves lábios,
Eu hei desabrochar em flor
Com as carícias
que saem de ti,
Eu hei de provar
o seu sabor.
Não desejo ser comportada,
E tampouco [recatada]...,
Sim, declaro-me subversiva;
E por talento culpada...,
Eu sou a própria poesia.
Não existe ser pensante
E poeta [inocente]...,
Sim, declaro-me misteriosa;
E por excelência atrevida...,
Eu sou a chama perigosa.
Quero a quentura
dos teus lábios
Incendiando
os meus poros,
Quero o melhor
dos teu abraços,
No 'troca-troca'
de colos.
Quero a ternura
dos teus desejos,
Beijando
os meus lábios,
Quero desabrochar como as rosas
Que se alimentam
dos orvalhos.
Quero a urgência
das madrugadas
Rasgando os espaços entre as estrelas,
Quero experimentar
a mágica fúria,
Para me alimentar
da tua volúpia.
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