Contemplo





Pelo caleidoscópio

deste século contemplo 

o mundo perverso,

Povos ainda em guerras 

desprovidas de nexo.


Nem mesmo que 

eu tente ensaiar 

mil dramas nenhum

destes papéis não 

têm nada a ver comigo.


O meu coração está 

vivo e segue pela corrente 

do rio Apurímac,

O meu olhar está vivo

seguindo por Carhuasanta.


Ainda tenho fôlego 

em Lloqueta e posso

levar comigo um poema,

e solta pelo Ene continuo

firme sendo eu mesma. 


O meu pulmão ganha 

fôlego pelo Tambo

e ganha impulso 

em  Ucayali sem temer

adiante nenhum desgaste.


E minh'alma e a memória

param no Amazonas,

chocam com o Madeira,

murmuram com o Negro

e enfrentam o degredo.


Sigo pedindo força ao Japurá, 

clamando com o Tapajós, 

chorando doído com o Juruá 

e soluçando com o Purus.


No final de tudo vou encantar 

o seu coração, ser lar 

e o mais lindo refúgio sem par

onde você possa sossegar 

sem vir novamente a se preocupar.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Vizinhanças

Poesia para a Chuva em Rodeio