Onde Saturno e a Lua se assanham
Arte de Rosana Schmitt
Não sei em que ponto
o teu amor é real,
só que agora tenho
percebido o provável
e talvez o surreal,
porque não permite
sequer a sua imagem
atual ser alcançável.
Você disse para mim
com símbolos que
ao trocar a foto não
me tirou do coração,
que trancou o meu
coração junto ao seu
e atirou a chave no mar.
Não tenho mais os anos
e o viço da noiva fresca,
tenho signo marcante
das mulheres eternas;
longe de mim ser uma
mulher sem nenhuma
postura neste continente
onde estamos sozinhas
e entregues nas mãos
do destino desprotegidas.
Você sabe lidar com
o seu poder onde Saturno
e a Lua se alinham,
e os romances se assanham.
Ainda sou menina
para muitas coisas nessa vida,
assim conservo a chama
que mora em mim viva.
Você não pode e não deve
nunca me amar como tua,
não há e nem houve outro
em seu lugar a não ser
o uso da razão fazendo lugar,
o quê você levará para si
faz morada mim porque
o melhor para nós queremos.
Te pedi com a mesma
pureza da tua orquídea
que me ame como amiga e poetisa,
o amor que quero para mim jamais
será edificado sobre a ruína de outro
coração partido.
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