Feitiços
Derrama em mim o teu beijo,
Não quero nenhum perfume
Que não o teu [cheiro]...;
Dança em mim o teu ritmo.
Não quero nenhum obstáculo,
Que não seja as quatro paredes.
Embevecida sempre dei pista:
Quem arrisca jamais petisca!
Ordene em mim a tua chama,
Que o meu corpo segue a risca!
Acende em nós o desejo
Flana a carne que te inflama.
Não quero ficar distante
Do teu corpo no reencontro,
A sede de beijos é lancinante,
Devora-me ou eu te [como]!...
Apaixone-se por meus caprichos
Que não te deixo nunca jamais,
A minha mente é um paraíso
Repleta de sinfônicos feitiços.
Poesia que inicia a coleção selecionada por mim, pouco a pouco passarei a melhor entender a lógica de sua organização. Embora seja impossível desvendá-la. Porque a poesia para estar no clima de encantamento não pode ter lógica. Uma coisa é certa as palavras não ferem ninguém, porque se eleva ao campo subjetivo. Tão diferente é viver o ressentimento e a falta de Deus. A poesia é um refúgio dos aflitos no mundo sem cor.
ResponderExcluirVocê descreveu com uma sensibilidade ímpar, poesia é isso! Lendo grandes autores e contextualizando conforme a época na qual cada um deles vivia, pude identificar que cada poeta a sua forma era um aflito. A poesia nasce ,inclusive, dentro de um contexto político. Venho percebendo que com o agravamento da crise na América Latina, os poetas vem sendo lembrados e muitos outros vem surgindo com o advento das redes sociais.
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