Amendoeira


Tenho o balanço das amendoeiras
(mãos extremamente macias),
Tempo para escrever poesias
(tenho muito o quê cultivar),
Tempo para ventar versos...,
(para espalhar o meu perfume)
E no teu íntimo penetrar.

Valsa em mim, não durma!
Balançam as amendoeiras,
Lá no meio da rua...,
Assim sendo infinitamente - tua,
Um acorde iluminado pela Lua
Ciente de que és o Sol e regente,
Das orquestras das orquídeas
Dos afetos sem perfídias,
Valsa em mim porque me toca
Algo mui sublime que plantaste
De tal forma que hoje rio à toa.

Tenho tempo porque tenho,
Tempo e o balanço 
das amendoeiras,
O que há em mim, 
tem tempo para tudo;
Tenho no pulso 
O relógio do amor,
Para mim, o amor não passa 
E não muda - nunca! 

Brisa tão mansa,
Como a infância,
Doce esperança,
Mística cândida,
Sublime poética
De ser trigueira
E madrugadeira
Que balança
Como uma amendoeira. 

A minha extravagância
Tão atemporal,
A minha loucura
Tão celestial,
Nascem do desafio
Tal como o vento 
Cortante,
No oceano 
A desafiá-lo,
Sou um mistério 
Inteiro;
Nascido para te desatinar.

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