Motanka





Avança a Ucrânia passos

a frente com baixas,

e a minha poesia Motanka

continua a mesma

bordada de esperança.


A evacuação dos mais

frágeis segue com dificuldades,

não me esqueço das milhares 

de crianças sequestradas

que foram levadas 

para o território inimigo

e estão sem ter uma luz 

que as devolva ao destino,


Olhando o caminho aprendi que:


- No mundo dos adultos

não existe nenhum heroísmo,

o asfalto e apagamento está

para qualquer um que esteve vivo 

e sempre cada um busca justificar

uma causa para um genocídio.


E segue cada um fazendo 

o seu show com os ouvidos

fechados a todos os apelos

enquanto milhões de vidas 

escorrem entre os dedos.


A morte do mercenário

concedeu olhar a vida 

por ângulos inusitados

e me fez ler e embalar

as estrofes de um poema 

doloroso de Brodsky

colocado no túmulo

durante o funeral 

praticamente oculto.


Com todo o realismo

possível a moral bem 

marcada deste momento 

que ficou no pensamento

merece ser meditada:


Enquanto um mercenário

baixa honestamente 

a sua arma seja lá por 

qualquer que seja o motivo,

Os tiranos não param 

nunca com os seus esgotos

de palavras que seguem

assassinando todos os povos.


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